Educação - Instrua-se
" Buscar conhecimento é investir em um futuro melhor, cheio de possibilidades e realizações. A educação é uma jornada contínua que enriquece a vida de maneiras inimagináveis"
O Instituto Nacional Afro-Brasileiro, fundado em Brasília, Distrito Federal, em 12/09/1984, é constituído como sociedade civil, sem fins lucrativos, sem distinção de raça, de sexo, de cor ou credo religioso, com sede e foro em Brasília, Distrito Federal, com fim de desenvolver vínculos de solidariedade entre associações congêneres, nacionais e internacionais, visando estreitar laços de confraternização e promover o desenvolvimento sociocultural econômico da comunidade Afro-Brasileira. O prazo de sua duração é indeterminado.
A perplexidade provocada pelas palavras do atual presidente da República do Brasil, costumeiramente denominado Lula 3, em pronunciamento na ultima quinta-feira (21) em Sorocaba, no interior de São Paulo, evidenciam o quanto este país é complexo e fadado a fartos contraditórios quando o assunto é racismo, dignidade do povo negro e o respeito as pessoas mais simples da nação do ponto de vista social.
Fiel a seu estilo, Lula 3 discursou em tom de comício ter interpelado o atual ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, sobre o conteúdo de publicação da pasta, uma revista que "tinha uma capa com uma senhora bonitona, devia ser filha de italiana ou de alemão no Rio Grande do Sul ou Santa Catarina, com a bochecha bem vermelha, sorrindo e do lado dela um senhor negro, alto, sorrindo sem nenhum dente na boca".
Perante o público, Lula 3 prosseguiu: "Eu chamei ele e perguntei: 'Escuta aqui. Por que você colocou essa fotografia desse senhor negro sem dente? Você acha isso bonito? Isso é fotografia para você colocar representando o Brasil no exterior? Um cara sem dente e ainda negro. Você não acha que isso é preconceito?"
Daí vem o desafio de analisar tamanha demonstração de falta de habilidade, sensibilidade e sabedoria na escolha das palavras. Essa tarefa não é nada fácil.
O Presidente Lula de forma inquestionável prestigia no exercício do poder por dar institucionalidade ao tema do combate ao racismo e da igualdade racial. Foi dele a decisão de criar em 2003, a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), antecessora do atual Ministério da Igualdade Racial (MIR). Foi ele quem sancionou a Lei 10.639 que inovou e torna obrigatório o ensino da história da África da cultura afro-brasileira nas escolas do país.
Logo, acusar Lula de ser racista pode parecer exagerado, em princípio, não faz muito sentido à luz do seu legado oficial em relação a essa pauta. Certo? Nem tanto! Fica a pergunta, o que faz esse gestor dizer frases tão grosseiras e desconexas ofensivas a trajetória e impregnadas de estereótipos chulos?
Uma constatação é a de que temos o gestor que se considera senhor da fala por improviso que desdenha dos briefings escritos por assessores e se assevera a utilizar do microfone para expressar seus pensamentos e sentimentos nem sempre de forma elevada e coerente.
Então, vejamos. Não se pode passar 'panos quentes' ante a frases tão infelizes. Ao mesmo tempo, temos que boquiabertos verificar que Lula 3 simboliza a profundidade das relações raciais brasileiras. Os pilares e o fosso que as desigualdade cunharam nas mentes de milhões de pessoas bem ou mal intencionadas.
O Inabra considera que o episódio precisa ser entendido seriamente como ícone do imenso arcabouço que ainda precisamos enfrentar no que se refere ao racismo e seus efeitos no Brasil. Lula 3 infelizmente contribuiu para verificarmos o quanto esse fosso é profundo no nosso país e sua fala traduz um ranço cultural interno, que suas ações externas nunca sincronizam.
Inabra manifesta condolências pelo falecimento de Justina Ngoi César - embaixadora das vítimas de minas em Angola
A diretoria do Instituto Nacional Afro-Brasileiro (Inabra) se une a mentes e corações de vários países nas condolências pela morte no último dia 15 de agosto de Justina Ngoi César, ocorrida na Província de Huambo, em Angola.
Justina Ngoi César era conhecida como a embaixadora das vítimas de minas em Angola e do enfrentamento à discriminação dos deficientes. Isso ocorreu pelo fato da africana ter sido uma das vítimas desses artefatos de guerra, o que a levou perder membro inferior esquerdo em razão da explosão. Ela tinha apenas cinco anos de idade. Desde então foi um exemplo de dignidade e determinação na luta ante um quadro delicado.
A coragem e resiliência de Justina ao ter que se adaptar ao uso de muletas e próteses, habituando-se à rotina de fisioterapias e às dificuldades de adaptação serviu de inspiração para muitas pessoas e se tornou um símbolo internacional.
Atualmente, Justina Ngoi César trabalhava como técnica de Informática no Gabinete Jurídico e de Intercâmbio do Governo Provincial do Huambo. Próximo do bairro São João, onde cresceu. Ela deixou um exemplo claro de superação, pelo fato de ter concluído a licenciatura em Informática apesar da deficiência física.
Mãe de três filhos, teve um envolvimento direto na luta pelos direitos da pessoa portadora de deficiência, principalmente para as vítimas de minas antipessoal, o que lhe deu o pseudônimo de "embaixadora" da causa de combate à discriminação dos deficientes.
Princesa Diana
Justina Ngoi se tornou popular internacionalmente por ter recebido a visita, em 1997, da princesa Daiana, quando fez com a com a inglesa uma imagem que percorreu várias nações. A imagem foi capturada nas instalações do no Centro Ortopédico do Huambo – que depois recebeu o nome de Centro de Reabilitação Física Princesa Diana.
Em setembro de 2019, na Província de Huambo, Justina Ngoi César se encontrou com o filho de Diana, o Príncipe Harry. Na oportunidade reivindicou apoio para lançar um projeto de formação para amputados da guerra.
De acordo com familiares, Justina Ngoi se tratava das sequelas da amputação, que provocavam fortes dores no corpo. Nesse ano foi diagnosticada com paludismo e febre tifoide, sintomas que a obrigavam a ficar cuidados médicos rotineiros.
O quadro da angolana se agravou de forma muito rápida na última semana, quando precisou ser socorrida para ser levada ao Hospital Geral do Huambo por meio de uma ambulância. No entanto, o veículo não chegou a tempo e a vítima não resistiu a fortes dores no coração. Acabou falecendo antes de chegar à unidade hospitalar.
A analise política e os comentários sobre o negão que é deputado federal
As turbulências políticas porque tem passado o Brasil recentemente produziram mais um episódio polêmico que se não tem literalmente como cerne as relações racionais resvala ou ainda implícita e revoltosamente remete ao racismo a brasileira. A direção do Instituto Nacional Brasileiro (Inabra), zelosa e ciente dos rumos desse tema no país, não se furta a analisar e condenar tais práticas e episódios.
As personagens que despontam dos referidos ataques são enquanto autora a jornalista Eliane Cantanhede e prejudicado o deputado federal Hélio Lopes (PL) – que já usou a alcunha de Hélio Bolsonaro e muitas vezes é citado como Hélio Negão.
Há duas semanas, o deputado federal afrodescendente, expressamente apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, principiou um movimento de protesto na Praça dos Três Poderes, em Brasília, nas imediações do Supremo Tribunal Federal (STF).
Num ato pacífico, o deputado Hélio montou uma barraca e colou esparadrapo na boca em sinal de "greve de silêncio", gesto em solidariedade a suposta perseguição ao ex-presidente a quem se filia politicamente – inciativa que angariou adesão de outros parlamentares.
A reação do Poder Judiciário, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, foi impedir oficialmente a mobilização, classificada "de possível prática criminosa". O descumprimento do despacho poderia se traduzir na prisão imediata dos manifestantes.
Foi na cobertura noticiosa desse gesto que a jornalista Eliane Cantanhêde comentou durante uma reportagem que o deputado Hélio Lopes é alguém que "carrega a mala do Bolsonaro" e é "usado como um serviçal".
Comentaristas do noticiário como o experiente colunista Ricardo Feltrin disseram que o tom jocoso de Eliane foi entendida como ápice de um corolário declarações polêmicas e posicionamentos considerados insustentáveis pela direção da Globo News, que decidiu demiti-la.
As palavras de Cantanhede estão eivadas de um elitismo atroz e colonialista, com mensagem subliminar inegavelmente racista. O deputado Hélio Lopes tem posturas questionáveis a respeito do ideário do Movimento Social Negro brasileiro.
O parlamentar rejeita o incentivo a políticas públicas voltadas para reparação histórica dos descendentes de negros escravizados no Brasil e desaprova a recém criada bancada negra na Câmara dos Deputados.
Apesar disso, o Inabra na sua pauta suprapartidária, entende que opções ideológicas não são pressupostos para quem um cidadão brasileiro sofra preconceito de qualquer natureza, inclusive Hélio Lopes.
Portanto, deploramos as palavras de Eliane Cantanhede. Fazemos o mesmo independente de que o alvo das agressões seja de esquerda ou de direita. É racismo da mesma forma.
Certa vez, Hélio Lopes desafiou o movimento negro se alguma organização defenderia nas pautas dele. Quanto aos projetos não podemos afiançar sem conhecer ou ter acesso. Mas a condição de homem negro do deputado deve ser respeitada pelo bem da democracia, do combate ao racismo e ao preconceito generalizado.
Está aí a defesa do Inabra em prol do senhor, deputado!
A diretoria do Instituto Nacional Afro-Brasileiro (Inabra) parabeniza a escritora Nilza Valéria pelo brilho que teve ao lançar oficialmente o livro "A Casa da Rita" na edição deste ano na Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP).
Com talento e entusiasmo, Nilza Valéria, narra que a publicação diz respeito a uma ansiedade que estava presa e precisava sair. A obra narra sobre protagonistas que se chamam Rita e personificam, cada uma a seu modo, fragmentos da mulher negra brasileira.
As personagens, vivem situações de vulnerabilidade, lutas, sonhos e superação, construindo um mosaico de uma brasilidade mais condizente com as vivências das periferias — sejam elas geográficas, econômicas ou da alma.
"Ao longo da minha trajetória como jornalista e militante política, ouvi muitas histórias em muitos lugares, e elas sempre esbarravam na minha própria existência enquanto mulher negra. Fui escrevendo os contos com tudo isso na cabeça, uma escolha que é extremamente legítima, já que ninguém pode dizer para nós qual é o nosso lugar", descreve a autora.
Publicada pelo selo Malê, a coletânea de contos mergulha no universo feminino negro e teve seu lançamento no dia 2 de agosto, na Casa Kalundú – ponto de encontro para a força da literatura afro-brasileira. O painel em que Nilza Valeria falou sobre a obra também contou com as presenças de Juliane Vicente, Sandra Menezes, Estevão Ribeiro e Sinara Rubia.
Com uma estrutura envolvente, cada conto tem como título uma canção de Chico Buarque, uma homenagem de Valeria para o compositor, cujas músicas marcam sua trajetória pessoal. A obra se destaca pela forma original como dialoga com um ícone da cultura brasileira.
"Com delicada habilidade, a autora 'trai' o homenageado ao subverter o material de origem, enegrecendo as musas do compositor e conferindo-lhes corpos, dores e alegrias que dialogam diretamente com a realidade e a urgência da mulher afro-brasileira." escreveu na apresentação do livro, Vagner Amaro, editor da Malê e doutor em letras pela PUC-Rio.
A edição recente da feira foi diferenciada no que se refere ao interesse do público no evento. A 23ª FLIP registrou 34 mil pessoas, um público 10% maior que o do ano anterior, de acordo com a organização do evento, e com forte adesão aos debates propostos.
Nilza Valeria é jornalista, formada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Trabalhou com comunicação institucional e comunitária na organização internacional Visão Mundial. Atualmente, coordena a Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito e desenvolve produtos de comunicação popular para o fortalecimento da democracia e dos direitos humanos. Integra o Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS) da Presidência da República.
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A diretoria do Instituto Nacional Afro-Brasileiro (Inabra) critica a decisão oficializada pela Emenda Constitucional nº 133, aprovada no ano passado, que perdoa as legendas partidárias que descumpriram o critério de distribuição de recursos por meio de cota mínima para candidaturas de negros e pardos em eleições passadas.
Promulgada em agosto de 2024, a emenda cria novas regras, uma espécie de anistia para evitar que os partidos paguem multas por não terem observado a legislação em vigor no que se refere a garantir verbas para as campanhas de negros e pardos nos últimos pleitos.
O teor aparenta boas intenções ao descrever que as legendas deverão investir em candidaturas de negros e pardos nas quatro próximas eleições, incluindo os valores das cotas não cumpridas nas eleições anteriores, começando em 2026.
Numa outra vertente, a diretoria do Inabra interpreta que ocorreu um escândalo por ter sido fechado um acordão vergonhoso que mais uma vez afronta o direito e as políticas públicas em prol da população negra brasileira. Nesse caso, o mais grave, diz respeito a um pilar dos mais importantes, ou seja, o acesso ao poder institucional pelo insumo mais importante da democracia: o voto!
A referida emenda define que o percentual mínimo de 30% dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanhas e do Fundo Partidário sejam usados para financiar candidaturas de pretos e pardos "nas circunscrições que melhor atendam aos interesses e estratégias partidárias".
Daí segue uma indagação bastante lógica. Se pelos critérios passados isso foi descumprido o que garante que passará a ser respeitado daqui por diante? Até aqui esse "refis" somente aliviou os caixas dos partidos e respaldou o desdém que essas legendas trataram a pretensão dos seus correligionários negros e pardos de terem a aspiração de conquistar mandatos em casas legislativas e em postos do executivo nos três níveis da federação.
Estamos prestes a nos deparar com "a prova dos nove". Em outras palavras, no próximo ano, 2026, teremos o pleito que vai eleger deputados estaduais, federais, senadores, governadores e o Presidente da República.
O Inabra conclama defensores das politicas de igualdade racial, combate ao racismo e de modo geral todas pessoas e organizações que compreendem quanto estruturante é para a nação e para a população negra aderir a essa compreensão, ou seja, contar com aportes financeiros a fim de que os representantes tenham reais condições de competir na logística de conquista do voto.
A decisão em tela afronta a Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância promulgada pelo Poder Executivo e publicada no Diário Oficial em 2022. Nela, o Brasil juntou-se aos países que oficialmente se propõem a respeitar o teor dessa legislação, que tem status de emenda constitucional.
O que se verificou na "anistia" foi a instrumentalização do racismo institucional, uma ameaça a representatividade, em resumo, um golpe parlamentar. A promulgação da emenda de uma só vez simboliza precedente a impunidade, falta de responsabilidade com os recursos públicos, no sistema político eleitoral brasileiro e abala a confiança nas instituições nacionais.
"Votos negros importam"!
Isso é louvável. Do ponto de vista da necessidade de assimilação disfarçada de inclusão onde somos sempre minoria em termo de poder decisional e decisivo. Mas, se começarmos a pensar de forma coordenada e unida, nunca precisaremos procurar esses lugares, que jamais nos definiram com dignidade. Unidos somos muito mais!
Walter Porto
São Paulo
Depois de 128 anos de história, a Academia Brasileira de Letras acaba de eleger a primeira mulher negra para sentar em uma de suas 40 cadeiras. Ana Maria Gonçalves, autora do romance "Um Defeito de Cor", foi eleita na tarde desta quinta-feira para a vaga antes ocupada pelo linguista Evanildo Bechara.
A escritora mineira de 54 anos foi a primeira a se inscrever para cadeira número 33 após a sessão da saudade de Bechara, no dia 27 de maio, um sinal de como a candidatura foi bem costurada dentro da ABL. Ela já largou à corrida como favorita.
A escritora levou 30 votos contra um da escritora indígena Eliane Potiguara. Havia outros 11 concorrentes: Ruy Lobo, Wander Lourenço de Oliveira, José Antônio Hartmann, Remilson Candeia, João Calazans Filho, Célia Prado, Denilson Marques da Silva, Gilmar Cardoso, Roberto Numeriano, Aurea Domenech e Martinho de Melo.
A obra da autora é considerada um ponto de virada na literatura negra brasileira. "Um Defeito de Cor", publicado pela Record em 2006, foi um marco na elaboração da história do Brasil com olhos voltados à diáspora africana e aos efeitos da escravidão como modulares da identidade do país.
"Gonçalves é uma das responsáveis, no Brasil, pelo encontro mais fértil entre as autoras negras e o gênero romance, que sempre foi altamente restrito", afirma a crítica literária Fernanda Miranda, que estudou em seu doutorado a maneira como a produção de romancistas negras se expandiu a partir do ano de publicação do livro seminal de Gonçalves.
O livro, segundo a crítica e professora da Universidade Federal da Bahia, "amplia nossa concepção de África como um território multifacetado, complexo, vibrante, porque é formulado pelo conflito e não pela idealização". Da mesma forma, o romance "traduz de forma exemplar" como o Brasil é um país que em constante movimento entre diferentes culturas.
O romance histórico, que já vendeu 180 mil exemplares e inspirou de exposições de arte a enredo de escola de samba, acompanha ao longo de 950 páginas a vida da narradora Kehinde, desde seu sequestro na África, passando pela escravização no Brasil, até a busca por seu filho perdido —a personagem tem traços inspirados na vida de Luiza Mahin, tida como mãe do advogado abolicionista Luiz Gama.
"É um acontecimento histórico", diz Miranda. "A presença de autoras negras é uma realidade no sistema literário brasileiro. O mercado editorial já sabe, a universidade está aprendendo, a crítica literária tem se revelado menos cega do que já foi. Instituições tradicionais como a ABL demoram ainda mais tempo para perceber que literatura é movimento, não algo estático. Elas são as grandes defensoras do cânone, que é sobretudo uma força de retenção do que já é."
A eleição, segundo ela, sinaliza um passo da ABL na direção de um entendimento menos restrito da literatura brasileira. "Ou seja, ganha mais a ABL. É ela que se enriquece ao trazer para seu convívio uma das autoras mais prestigiadas da língua portuguesa no século 21."
É curioso que outra dessas autoras, hoje amplamente reconhecida como ponta de lança da literatura brasileira, foi preterida pela mesma academia há apenas sete anos.
Conceição Evaristo foi protagonista de uma rumorosa candidatura, em 2018, que postulava que ela passasse a ocupar o lugar de Nelson Pereira dos Santos. A escritora teve apenas um voto na ocasião, e o cineasta Cacá Diegues foi eleito —hoje a cadeira é ocupada pela jornalista Míriam Leitão, escolhida em abril.
A candidatura de Conceição, que partiu menos dela que de um movimento público que incluiu um abaixo-assinado com milhares de assinaturas, foi percebida pela Academia como intimidação. Para entrar na Academia, há a expectativa de que o postulante passe por um certo ritual, que envolve a manifestação do interesse na vaga, a aproximação aos acadêmicos e o envio de livros para a sede da Casa de Machado.
Se há sete anos a autora de "Ponciá Vicêncio" não cumpriu esses protocolos —e não poupou a ABL de críticas desde então—, agora se arma o terreno para uma possível nova candidatura, apadrinhada por membros mais recentes da instituição, após o pioneirismo ser quebrado por Gonçalves.
De fato, os últimos anos viram a Academia se engajar em uma série de ineditismos, como o de Ailton Krenak, primeira pessoa indígena empossada em uma cadeira, no ano passado.
O compositor Gilberto Gil se tornou o raro homem negro fazendo companhia ao imortal Domício Proença Filho na instituição fundada por Machado de Assis. E a presença de mulheres aumentou de leve com Míriam Leitão e Lilia Schwarcz —mas, com Ana Maria Gonçalves, elas são apenas 13 em toda a história da ABL.
E, por outro lado, houve a inclusão de acadêmicos do perfil masculino e branco que sempre foram regra, a exemplo do advogado José Roberto de Castro Neves e do escritor Edgard Telles Ribeiro, para citar alguns dos últimos meses.
Essas recentes eleições têm cumprido um importante papel social ao reacenderem um debate público mais amplo sobre a histórica falta de representatividade de mulheres, negros e indígenas em espaços de poder, suscitado justamente pela candidatura de Conceição Evaristo", diz a professora Michele Asmar Fanini, que pesquisa a instituição pelo recorte de gênero e escreveu "Fardos e Fardões".
O momento, diz ela, traz oportunidade de refletir sobre a "lógica arbitrária e parcial" do cânone literário brasileiro até aqui e "identificar os mecanismos de exclusão que nele operam, fruto de uma engenhosa e intrincada construção social".
Fernanda Miranda, que é autora de "Silêncios Prescritos", sobre a história da autoria de mulheres negras, diz estar mais numa posição de observação cautelosa que de pura celebração.
"É importante estarmos alertas para não confundir um ato de auto-resgate de uma instituição tida como falida por muitos com um ato de reconhecimento verdadeiro. Foi Conceição Evaristo quem disse, o importante não é ser o primeiro ou a primeira, o importante é abrir caminhos. Vamos observar os próximos passos para saber se Ana Maria e Krenak vão figurar como elementos únicos, como símbolos de ausências, ou se a ABL está apontando para novos contornos."
Mais um jovem negro trabalhador, sem passado criminal, ou seja, digno em todos os sentidos da vida foi assassinado por um policial de forma covarde, injustificável e infelizmente mortal.
A vítima, um jovem de 26 anos, morreu na última sexta-feira (4) após ser baleado enquanto corria para pegar o ônibus na saída do trabalho, em Parelheiros, na Zona Sul da capital paulista.
Guilherme Dias Santos Ferreira foi alvejado por um tiro fatal na cabeça, disparado pelo policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida.
No registro do boletim de ocorrência, o autor, usou jargão conhecido alegando ter confundido a vítima com um assaltante. Integrante do 12° Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, Fábio chegou a ser preso em flagrante por homicídio culposo após o crime, pagou fiança de R$ 6,5 mil reais o que foi suficiente para ser liberado do cárcere.
Testemunhas e colegas afirmaram que o marceneiro saiu do trabalho às 22h28. O crime aconteceu às 22h35, em um intervalo menor que 10 minutos. Um funcionário da empresa onde Guilherme trabalhava apresentou imagens com registro do ponto eletrônico que confirmam o horário de saída.
A diretoria do Inabra defende que esse caso só pode ter um desfecho: a correta responsabilização, investigação e condenação do autor e, sobretudo, uma indenização à família pelo valor do salário do marceneiro multiplicado em pelo menos 35 anos. Quer dizer, o provável tempo de vida que foi retirado dele por um disparo de arma de fogo criminoso.
A taxa de homicídios de negros no Brasil alcançou o indesejável patamar de 34 para 37,8 por 100 mil habitantes entre 2008 e 2018, de acordo com o Atlas da Violência 2020. Os assassinatos entre os não negros no mesmo comparativo registraram uma diminuição de 12,9% (de uma taxa de 15,9 para 13,9 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes).
O Atlas da Violência é elaborado a partir de uma parceria entre o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e o Instituto de Econômica Aplicada (Ipea) e tem como base de dados os números apresentados pelo Sistema de Informação sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde.
O relatório mostra que, no período pesquisado, os negros representaram 75,7% das vítimas de todos os homicídios.
Para o Inabra, o objetivo é que a morte de Guilherme Dias Santos Ferreira não se resuma a mais um número nas estatísticas oficiais. O instituto reivindica que o Estado mais rico da nação tome medidas mais efetivas amparando materialmente e de pronto, sem esperar o alcance do judiciário, o apoio à família que ainda desconsolada aguarda as iniciativas do governo do estado.
Que se faça justiça à memória desse cidadão de bem. Especialmente tome medidas para que episódios revoltantes como esse não se repitam nunca mais.
O brigadeiro Átila Maia se reuniu nessa terça-feira (1) com membros da diretoria do Instituto Nacional Afro-Brasileiro (Inabra), em Brasília, para apresentar o projeto Regenera Brasil – um esboço de plano de governo para a disputa eleitoral no próximo ano à Presidência da República.O ex-piloto cogita postular a vaga para se tonar o futuro titular do Palácio do Planalto na próxima gestão. Átila Maia além da bem sucedida carreira na Força Aérea Brasileira tem experiências em atividades políticas, por exemplo, no Congresso Nacional, enquanto assessor legislativo na Câmara dos Deputados.
Faz parte das credenciais do militar, ter atuado, em 2006, como chefe da Representação do Brasil na Junta Interamericana de Defesa. Esse cargo é ocupado por um sistema de rodízio entre oficiais generais da Marinha, Exército e Aeronáutica, por um período de dois anos. Na época, o brigadeiro recebeu a função do Contra-Almirante Luiz Guilherme Sá de Gusmão.
Átila Maia concorreu nos dois últimos pleitos a mandatos legislativos. Na campanha de 2018, obteve um resultado bastante significativo a vaga de deputado federal pelo Distrito Federal, quando recebeu 135 mil votos, a despeito do pouco investimento financeiro.
Durante o encontro com o Inabra, Maia explicou que vai priorizar a disputa da Presidência da República, em 2026, uma vez que entende que somente nesse cargo terá condições de contribuir com o país em áreas como a educação e a saúde, conforme ideias que integram o projeto Regenera Brasil.
Nos momentos em que esteve com o presidente do Inabra, Ronald Barbosa e o diretor Joberto Sant'Anna, o brigadeiro detalhou e defendeu vários pontos do anteprojeto político eleitoral. Um dos focos do Inabra foi ouvir a compreensão do pré-candidato em temas como desenvolvimento econômico, cultural, política para igualdade racial, combate ao racismo e respeito religioso.
Nesse aspecto, o brigadeiro frisou que caso venha a ser eleito manterá as políticas afirmativas com viés de reserva de vagas para negros e negras em vigor no ensino superior. No entanto, argumentou que o país não pode abrir mão de investir no ensino público de qualidade, como maneira de acesso democrático a educação de qualidade.
Ao fim do diálogo, Átila Maia passou às mãos do presidente do Inabra uma cópia impressa do Regenera Brasil e se dispôs a novos encontros e debates sobre as propostas do projeto.
O presidente do Inabra agradeceu e explicou que o instituto é suprapartidário. Quer dizer, enquanto instituição não vai oficialmente se filiar a partidos ou candidaturas. Por outro lado, está disposto a debater e a colaborar com ideias que tenham a ver com os interesses políticos da população negra brasileira.
A diretoria do Instituto Nacional Afro-Brasileiro (INABRA) ao se solidarizar com o sentimento de perda dos amigos e familiares da professora e doutora em ciências sociais, Joselina da Silva, ocorrido na última semana, ressalta que o falecimento significa também uma lacuna numa área em que negros e negras ainda são em pequeno número no país, ou seja, nos postos de destaque das universidades e na pesquisa.
Joselina da Silva construiu um currículo admirável. Recentemente atuava como professora associada da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Do ponto de vista acadêmico era doutora pela Pontifícia Universidade Católica do Peru (PUCP) e pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
A pesquisadora também foi atuante em organismos voltados para o tema das relações raciais, como a Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN), Núcleo Brasileiro, Latino-Americano e Caribenho de Estudos em Relações Raciais, Gênero e Movimentos Sociais.
Uma outra área em que Joselina deu contribuições importantes foi no Movimento de Mulheres Negras nacional, com uma densa publicação e atuação no campo das políticas públicas antirracistas, da educação e feminismo negro.
Em 2014, Joselina da Silva foi Coordenadora Geral do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra/CNIRC - Fundação Cultural Palmares. Fica o exemplo, o protagonismo de uma estudiosa notável. Levam anos para se formar um quadro com tantas competências como ela pode demonstrar ao longa da vida profissional e ativista.
Abriu-se uma lacuna nesse campo, no entanto, ficam o reconhecimento e sentimentos sinceros do INABRA por tudo que Joselina da Silva representou para a comunidade negra e para o país.
Representado pelo presidente, Ronald Barbosa, o Instituto Nacional Afro-Brasileiro (INABRA) se reuniu nessa quarta-feira (5) com o diretor executivo da Secretaria de Relações Internacionais do Governo do Distrito Federal, Paulo Cesar Pagi Chaves e assessores, na sede da pasta, em Brasília.
Ao longo de aproximadamente uma hora, foram debatidas possibilidade de cooperações e projeto culturais, de preservação de memória e históricos envolvendo o Brasil, Oriente Médio e nações africanas. Também participaram da audiência o jornalista e membro do INABRA, Sionei Ricardo Leão e o médico e professor da UnB, Mourad Belaciano – pesquisador de cultura e história judaicas.
Durante o diálogo, os membros do INABRA ressaltaram a relevância para o Brasil sobretudo na área do ensino de valorizar a cultura e a história africanas, especialmente em sintonia com a Lei 10.639, marco lega que obriga a difusão desse conhecimento na rede de ensino médio do país.
Houve consenso quanto a lacuna que vigora no país no que se refere a preservação da memória nacional. Um dos tópicos abordados foi a trajetória da Etiópia, região que é um dos berços da civilização. Nesse aspecto é pouco conhecido que Brasília nos primeiros anos da capital recebeu a visita do último imperador etíope, Haile Selassié, que teve audiência com ex-presidente Juscelino Kubistchek.
O impacto dessa agenda foi bastante significativa e o imperador chegou a condecorar o presidente brasileiro com a medalha da lendária Rainha de Sabá. O colar que representa a comenda faz parte do acervo do Memorial JK, em Brasília.
A diretoria do INABRA agendou e acompanhou a audiência do representante da Associação do Quilombo Família Jarcem, de Mato Grosso do Sul, com a Fundação Cultural Palmares realizada em Brasília nessa quarta-feira (5). O tema foi a luta dessas famílias quilombolas sul-mato-grossenses para reaverem as terras tomadas por proprietários rurais num histórico de violências, ameaças e distorções jurídicas.
O INABRA foi representado pelo presidente Ronald Barbosa e pelo diretor Hélio Araujo. A coordenadora de Conflitos Fundiários, Liliane Amorim, a representante da Coordenação de Certificação Iolanda e o Boaz Mavontou, da Assessoria Internacional participaram pela Palmares.
A voz das reivindicações quilombolas foi a do presidente da associação, Lucas Mizael Jarcem Lopes. Ele fez um relato histórico, jurídico e político sobre o processo em curso movido pelos Jarcem para retomar as propriedade rural, localizada na zona rural do município de Rio Brilhante.
Lucas Mizael explicou que o patriarca dos Jarcem chegou a Mato Grosso do Sul no século 19 e tomou possa da terra que se tornou uma fonte de renda para as famílias por meio de vários cultivos agrícolas. A expulsão deles do terreno em meados do século passado, num período que esses quilombolas pouco conheciam dos seus direitos.
O principal pleito dos Jarcem é retornarem as suas terras por meio de uma permuta em negociação pelo Incra, em Mato Grosso do Sul.
Lidiane Amorim disse que o processo é singular e merece de fato apoio da fundação. Por essa razão, a Palmares se prontificou em fazer contato com autoridades federais e estaduais em prol dos Jarcem e acompanhar daqui por diante o processo e a ação pública em curso, movidas pela associação dessas famílias quilombolas.
O caso dos Jarcem é de certa forma atípico porque os familiares estão desterritorializados, ou seja, vivendo em diferentes regiões do estado. Apesar disso, eles conseguiram obter um Relatório Técnico de Identificação e Delimitação do Território (RTID), emitido pelo Incra, documento que ajuda a respaldar o direito desse retorno a terra.
Gustavão é destaque no Botafogo e faz planos para se consolidar no clube
O Instituto Nacional Afro-Brasileiro (INABRA) se une a familiares, amigos e admiradores nas condolências pela morte do juiz de direito Edinaldo César Santos Júnior, magistrado do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE). De acordo com informações oficiais, o corpo dele foi encontrado neste domingo ( 1º) no interior da residência em Aracaju. O falecimento também foi confirmado pelo TJSE.
Organizações como a Ordem dos Advogados do Brasil emitiram notas de pesar em textos que ressaltam o legado da atuação no magistrado na promoção da equidade racial no Judiciário. Edinaldo César foi um dos idealizadores do Encontro Nacional de Juízes e Juízas Negros (Enajun) e teve contribuição significativa na área da infância e juventude. O INABRA com o mesmo respeito destaca a contribuição dele em pautas libertárias como o combate ao racismo.
Mais recentemente, Edinaldo César exercia a função de juiz auxiliar da Presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). De modo geral, o INABRA destaca que Edinaldo Júnior construiu uma trajetória marcante na magistratura brasileira pela dedicação à Justiça, por sua postura empática e pelo firme compromisso com a promoção dos Direitos Humanos e da equidade racial.
A magistratura perde nesse domingo um operador do direito empenhado na construção de uma sociedade mais livre, justa e fraterna, que desbravou o Brasil levando consigo a mensagem da boa nova e inspirando a todas e todos que tiveram o privilégio de seu convívio. Sua valorosa atuação comprometida com os valores de um Judiciário humano e inclusivo não será esquecida.
A frase é do último imperador da Etiópia, Hailê Salassiê: "Possa esta convenção da união durar mil anos." Ela foi pronunciada em 1963, logo após congresso realizado em 25 de maio em Adis Abeba, com adesão de representantes de 30 nações africanas. A diretoria do INABRA se filia aos que compreendem quão importante é essa celebração anual.
O contexto do encontro era de uma expectativa em relação a descolonização de vários países do continente africano, em evidência estavam os processos em curso de Angola, Moçambique, África do Sul e Rodésia do Sul (que deu origem ao atual Zimbábue).
Uma das resultantes do encontro foi a elaboração e assinatura de uma carta por todos os participantes, à exceção de Marrocos. Surgiu ali a Organização da Unidade Africana depois transformada em União Africana e a data do 25 de maio.
Nos dias atuais, o 25 de maio simboliza a valorização de uma história, cultura, ancestralidade e de ideais internacionais. Para o Brasil, a efeméride tem significado relevante em razão de ser um país com população majoritariamente afrodescendente. Logo, ressaltar a imagem desse continente, que é um dos berços da civilização, é estruturante e bem vinda para a nação brasileira.
Logo, é importante divulgar dados como a previsão que a economia africana vai crescer
3,6% este ano. Indicadores referentes apenas a região subsaariana do continente apontam que a aceleração será de 4%.
Dito de outra maneira, a veiculação apenas dos problemas migratórios, políticos e sanitários africanos tão constantes no noticiário brasileiro distorcem e mascaram fatos positivos que precisam ser conhecidos do grande público. Um deles é que hoje predominam naquele continente regimes democráticos, numa região que já teve a marca do autorismo em vários países.
No próximo ano, 2026, o Brasil vai sediar a 3ª Cúpula de Turismo da ONU Turismo para a África e as Américas, no Rio de Janeiro. Essa iniciativa também vai na contramão do estereótipo de visões somente depreciativas.
A ideia do evento ressalta a oportunidade do desenvolvimento sustentável no setor. E sobretudo, fortalece a conectividade aérea, a partir da crescente disponibilidade de voos diretos, o que proporciona uma maior facilitação do fluxo turístico e a ampliação de acordos bilaterais entre a América e o continente africano.
A África reúne seis das dez economias que mais cresceram no mundo entre 2001 e 2010, segundo o FMI – e sete das que mais devem crescer até 2015. O continente tornou-se a nova menina dos olhos dos investidores, consultores e agentes do mercado. Deixou de ser o "continente perdido" para tornar-se uma "terra de oportunidades", a "última fronteira do capitalismo" ou mesmo um dos futuros motores do crescimento global.
Moçambique, Tanzânia, Angola, Nigéria, Quênia, Gana e Zâmbia estão sendo chamados de "leões africanos" – em comparação com o fenômeno que foram "tigres asiáticos", que em poucas décadas abandonaram a pobreza para se tornarem potências tecnológicas. Especialistas defendem que esse crescimento econômico é sustentável no longo prazo, não há como negar os imensos avanços dos últimos anos – nem que tais avanços de fato têm gerado amplas oportunidades de negócios.
Eis a África que deve ser divulgada a cada 25 de maio!
O dia das mães que será celebrado amanhã, dia 11 de maio, será uma data para valorizar imagens de mulheres negras com os filhos, da mesma maneira que dar destaque a casais e famílias afrodescendentes, defende o Instituto Afro-Brasileiro (INABRA).
Ativistas e pesquisadores do tema da relações raciais há muito tempo criticam a ausência de imagens positivas da comunidade negra na mídia de modo geral, o que reúne publicidade, jornais, tv e o universo da internet, com ênfase nas redes sociais.
Isso é tão contundente que a renomada autora norte-americana Bell Hooks escreveu na obra "Vivendo de Amor": Muitas mulheres negras sentem que em suas vidas existe pouco ou nenhum amor. Essa é uma de nossas verdades privadas que raramente é discutida em público. Essa realidade é tão dolorosa que as mulheres negras raramente falam abertamente sobre isso.
Por esse motivo, o INABRA reuniu imagens de mulheres negras que participam ou tem simpatia pela atuação do instituto para serem publicadas e divulgadas em redes sociais no domingo. Ou seja, uma comemoração que terá sensibilidade mas também senso social e político do ponto de vista das relações raciais.
A participação da desembargadora Luislinda Valois no programa de entrevistas Roda Viva, na próxima segunda-feira (12), da TV Cultura de São Paulo, mereceu um expediente oficial de cumprimentos do INABRA pelo protagonismo da jurista negra, uma da pioneiras do Brasil.
"Em nome da nossa tão sofrida comunidade afro-brasileira, agradeço o seu esforço pessoal e profissional para nos trazer uma palavra de esperança e de crescimento, a qual nos virá como alimento", elogiou o presidente do INABRA, Ronald Barbosa, em ofício enviado a desembargadora.
Luislinda Valois se destacou tanto no sistema de justiça quanto na política institucional. Tornou-se juíza de direito em 1984. Nas audiências que presidiu se destacava por utilizar colares de candomblé ao mesmo tempo que ouvia as partes e tomava as decisões. Enquanto magistrada, proferiu a primeira sentença de condenação por racismo no país, em 1993. É autora do livro O negro no século XXI, de 2009.
Em 2016, Luislinda foi a escolhida pelo então Presidente da República, Michel Temer, para ser a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, estrutura subordinada ao Ministério da Justiça. Um ano depois, ela foi elevada a ministra dos Direitos Humanos.
A desembargadora e ex-ministra estará na edição da próxima segunda-feira, dia 12 de maio, como entrevistada do Roda Viva. Um das pautas será o tema da Lei Áurea, assinada em 13 de maio, de 1888.
O presidente do INABRA, que está em viagem aos Estados Unidos da América, escreveu que gostaria de encontrar com Luislinda Valois pessoalmente ainda nesse ano para poder dialogar sobre os projetos que o instituto vem promovendo, o que inclui a atualização do estatuto do organismo.
A jornalista e escritora Míriam Leitão é a mais nova integrante da Academia Brasileira de Letras (ABL). Profissional que tem várias obras publicadas, é uma pessoa conhecida nos meios de opinião por causa da atuação na imprensa e defensora de temas de vanguarda como democracia e, inclusive, a pauta da igualdade racial e combate ao racismo, devemos reconhecer. Logo, o INABRA não desmerece os méritos intelectuais da imortal
Por outro lado, emerge uma reflexão no que se refere ao perfil, uma vez que sobejamente Miriam Leitão não é uma autora do universo da literatura. Na trajetória dela sobra força midiática, que não é acompanhada do escopo primeiro da ABL, da ficção, da lírica e da crítica literária.
Não se pode acusar a mesma ABL de ser uma instituição refratária a pessoas negras, até porque o pioneiro da academia foi o escritor Machado de Assis, um afrodescendente e um expoente do conto, do romance, enfim, da literatura propriamente dita. Não faz muito tempo, a instituição passou a contar com o músico Gilberto Gil enquanto imortal.
Miriam Leitão vai ocupar a vaga que pertencia ao cineasta Cacá Diegues. Essa imortal havia vencido, em 2018 a escritora Conceição Evaristo – essa um inquestionável talento da arte literária e uma autora engajada nas relações raciais.
Na época, foi intrigante e até constrangedor o resultado do escore. Conceição Evaristo foi derrotada por Cacá Diegues por 22 votos a 1. Uma autora cuja obra, pelo valor da investigação do fato humano, angariou reconhecimento que ultrapassa as fronteiras do Brasil. A escritora vem sendo citada e estudada por pesquisadores e professores em vários países do continente europeu e da América do Norte.
Daí fica uma reflexão. A indagação é se a ABL está deixando ao passado o perfil institucional? A esse propósito, rememoremos parte do discurso de posse do citado primeiro presidente da instituição, Machado de Assis, proferido em 20 de julho de 1897.
"Não é preciso definir esta instituição, a Academia nasce com a alma nova, naturalmente ambiciosa. O vosso desejo é conservar, no meio da federação política, a unidade literária. Tal obra exige, não só a compreensão pública, mas ainda e principalmente a vossa constância. A Academia Francesa, pela qual se modelou, sobrevive aos acontecimentos de toda casta, às escolas literárias e às transformações civis. A vossa há de querer ter as mesmas feições de estabilidade e progresso".
O trecho acima é contundente e cristalino a respeito da missão da ABL ansiada pela primeira gestão. Ocorre que com a derrota de personalidades com vocação para conservar a unidade literária e com reconhecida constância no ofício da escrita para em lugar verificamos a escolha de pessoas como Cacá Diegues e Miriam Leitão, a imagem que vem a público é de uma guinada da academia. Nesse caso em direção mais aos holofotes do contexto midiático e de poder em detrimento da missão de sobreviver aos "acontecimentos de toda casta". Com todas as vênias ao cineasta premiado e a jornalista global.
Em princípio, a ABL para ser fiel aos preceitos de sua fundação precisa ter mais "conceições evaristos" pela qualidade do texto literário do que pessoas com força na tela da TV, no cinema, na política, ou seja, não estar a mercê dos apelos que da mesma forma que surgem podem num tempo não muito distante perderem força.
Comparação entre caso Rosa Parks e Débora Rodrigues dos Santos é temerária, alerta INABRA
Em vídeo divulgado esta semana, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) com foco em questionar várias prisões de acusados de crimes como suposto golpe de Estado em 8 de janeiro, de 2023. Inicia as imagens como uma menção a Rosa Parks, mulher negra cujo gesto heroico se tornou símbolo da história dos direitos civis nos Estados Unidos.
Rosa Parks, em dezembro de 1955, se recusou a ceder seu assento no ônibus a um homem branco em Montgomery, Alabama. A postura decisão desafiou diretamente a segregação racial vigente naquele país.
Após citar brevemente a ativista afro-americana, Nikolas Ferreira passa a relacionar investigações sobre acusados de participação no suposto golpe a fim de criticar o que classifica com injustiças e exageros do STF.
A primeira referência é a Débora Rodrigues dos Santos, que é bom frisar, ficou conhecida por estar presa há dois anos pela acusação de ter pichado, com batom, a estátua da Justiça na Praça dos Três Poderes em Brasília. Ela pode vir a ser condenada a 14 anos de reclusão por isso.
Em pouco tempo, o vídeo já está alcançando milhões de visualizações e deve bater recordes de engajamento nas redes sociais. O INABRA considera a inciativa do parlamentar um tanto temerária. Obviamente, que enquanto deputado eleito ele tem o direito de se posicionar sobre vários temas políticos sociais e, inclusive raciais.
Ocorre que o evento de Rosa Parks teve contorno bem diferentes da brasileira Débora Rodrigues dos Santos. Em nenhum momento a norte-americana foi acusada de atentar contra a democracia, o que o STF imputa a cabeleireira. Que fique bem pontuada essa distância. Uma situação é inquestionavelmente relevante e libertária. No outro temos a imputação de vandalismo.
O INABRA não se filia, embora reconheça e respeite, a correntes partidárias, tem constituição plural. Sinalizamos porque obviamente, a iniciativa de Nikolas Ferreira será ovacionada ou contestada a depender do campo ideológico de quem vier a se posicionar quanto ao audiovisual.
Está evidente da mesma forma que Nikolas optou por trazer para sua visão politica um episódio respeitado e até reverenciado internacionalmente. Na gravação que fez o parlamentar mineiro, a bem da verdade, não depreciou o gesto de Rosa Parks, pode ser questionado de ter tentado pegar uma carona no tema para gerar repercussão.
Acompanharemos pelo INABRA os desdobramentos que certamente serão muitos. O nosso desejo é que o heroísmo de Rosa Parks em nenhum momento seja desvalorizado e que os temas de relações raciais não se tornem um fator de divisão político ideológica. É válido que todas as legendas do país tenham projetos nessa área, concretos e estruturantes. Esperamos que não se verifique uma vulgarização da pauta a pretexto de acirrar discursos de ódio e atentar contra a plena democracia.
Mato Grosso do Sul oficializa via decreto Projeto MS Sem Racismo
O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul instituiu essa semana por meio de publicação em Diário Oficial, o Programa MS Sem Racismo, que tem como objetivo prevenir, enfrentar e erradicar todas as formas de racismo, discriminação racial, xenofobia e outras formas de intolerância naquela unidade da federação.
O INABRA entende que a iniciativa é relevante, sobretudo, se for desenvolvida por meio da articulação em rede com órgãos e entidades públicas do Estado, além de segmentos sociais comprometidos com a promoção da igualdade racial, conforme define o texto publicado.
Levantamento feito por membros do INABRA identificou em todo o país uma dezena de marcos legais semelhantes ao sul-mato-grossense. Daí vem uma indagação. Até que ponto esses entes da federação passam do papel para a prática as intenções contidas em seus atos oficiais?
É um passo importante a formulação e a oficialização decretos, leis e outros atos normativos voltados para a pauta da igualdade racial, combate ao racismo e temas correlatos. Em igual medida é fundamental que se traduzam em programas, projetos e ações estruturados do ponto de vista logístico, isso significa contar com aporte de recursos e com servidores e profissionais comprometidos e com competência para fazer valer esse arcabouço.
Certamente o ato do governador de Mato Grosso do Sul foi precedido pela reivindicação e contribuição de pessoas com mentes e corações ativistas que estão dento e fora da estrutura governamental. Logo, o que traz o Diário Oficial de certa forma é um segundo passo, retomamos, decisivo.
O movimento social e de um ângulo maior a sociedade precisa acompanhar, monitorar, fiscalizar e quando for o caso criticar os organismos com missão de atuar nessas demandas. Essa será sempre o comportamento do INABRA. Repetimos os elogios ao MS sem Racismo tanto quanto iniciativas semelhantes.
Esse envolvimento e pertencimento é um passo dos mais eficazes para o sucesso do arrazoado contido no projeto. Concitamos que essas medidas não se restrinjam aos gabinetes e documentos.
Vamos acompanhar!
O anuncio feito essa semana pela Rede Nacional de Parlamentares Negros, em parceria com a Legisla Brasil, que se organizam para viabilizar uma Jornada Legislativa Antirracista ainda neste ano, de 2025, para ser implementada em 2026.
No entender, do Instituto Nacional Afro-Brasileiro a proposta merece apoio, a depender da metodologia que a rede venha a adotar.
Conforme detalharam a rede e o Legisla Brasil o projeto será estruturado em três etapas: encontro nacional, grupos de trabalho e agenda de equidade racial. O encontro deve acontecer em agosto.
De início, a rede vai envolver representantes do tema igualdade racial e combate ao racismo de vários partidos políticos, para sensibilizar angariar a adesão dessas legendas ao projeto.
O principal objetivo é o compartilhamento de experiências e táticas para enfrentar as barreiras vivenciadas por parlamentares negros nos municípios, estados e no Congresso Nacional na tramitação de propostas antirracistas, argumentou o coordenador da rede, Martvs Chagas.
Abordar e sensibilizar parlamentares federais (senadores e deputados), estaduais e municipais (vereadores), que tenham algum envolvimento com a pauta da promoção da igualdade racial, com essa iniciativa é uma meta muito bem-vinda.
Os parlamentos, sobejamente, são espaços institucionais que deliberam sobre temas estratégicos para a agenda antirracista, vocacionados portanto para construir proposições com viabilidade política, alto potencial de impacto e visibilidade para a pauta.
O INABRA deseja que essa iniciativa tenha continuidade e pleno êxito para o bem do tema relações raciais com benéficos para toda a sociedade. Até porque, o resultado esperado é o desenvolvimento de uma agenda de iniciativas prioritárias para fomentar a equidade racial no país em 2026, a ser apresentada em novembro de 2025.
Nós, membros do Instituto Nacional Afro-Brasileiro (INABRA) nos unimos a homens e mulheres de todo o Brasil, com a expectativa de que o caso Silvio Almeida seja elucidado cabalmente pelas autoridades e instituições pertinentes do Brasil, a fim de que os fatos venham à luz da justiça e da transparência pública nos mais amplos e contundentes sentidos.
Tanto o Ministério da Igualdade Racial quanto o dos Direitos Humanos são pastas com um histórico de defesa de causas libertárias estruturantes para a democracia e para a inserção dos segmentos que lutam por reconhecimento, reparação e direito a serem ouvidos institucionalmente.
Silvio Almeida foi demitido do cargo de ministro dos Direitos Humanos do atual governo sob a acusação de importunação sexual, sob a suspeita de que uma das vítimas era nada mais nada menos do que a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
Dito de outra maneira, o escândalo envolveu as imagens de um homem negro e de uma mulher negra em posições de destaque de envergadura nacional e internacional. Uma polêmica como essa tem repercussões para as mentes e corações de jovens e adultos, reforça estereótipos e em resumo fere consciências de pessoas de bem em larga escala e em todo o território.
Até por esse motivo, avaliamos que esse caso tem que ser apurado até as últimas consequências. Se Silvio Almeida fez o que as denúncias que vieram à tona afirmam, quer dizer, utilizou-se do cargo para se conduzir de forma indecorosa, terá que ser punido mediante a legislação em vigor de forma exemplar.
No outro polo, se em alguma medida o que foi ventilado pelas supostas vítimas não ter qualquer sustentação na realidade, na mesma medida terá que ter desdobramentos de responsabilização penal.
De todo modo, o INABRA vai acompanhar a atuação da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e da Justiça Federal na expectativa de que o assunto não venha ser destinado para debaixo dos debates e esquecido. Pelo contrário, que o desfecho seja o do bom direito da justiça, respeitados os pressupostos tradicionais da linguagem jurídica, o devido processo legal, o direito ao contraditório e o amplo direito de defesa.
A recente frase infeliz do presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), Alejandro Domínguez causa espanto, indignação e resvala temerosamente em ressentimentos históricos e visões estereotipadas.
Para perplexidade da opinião pública internacional, o cartola declarou que uma edição da Copa Libertadores sem clubes do Brasil seria como "o Tarzan sem a Chita". Bastou o comentário para uma reação de atletas, profissionais da imprensa, dirigentes esportivos e, inclusive, do governo federal brasileiro, que condenou oficialmente as declarações de Alejandro Domínguez.
O INABRA faz coro com o repúdio a postura inaceitável do cartola da Conmebol. Tememos também que o episódio seja apenas a ponta de um imenso iceberg. Os valorosos povos latino-americanos, o que inclui o brasileiro e o paraguaio, origem de Alejandro Domínguez são dignos de respeito e admiração.
É um escalabro, contudo, quando expoentes dessas nações se prestam a comportamentos tão deploráveis, que podem suscitar de forma anacrônica ressentimentos históricos.
Brasil e Paraguai tem um passivo que foi a guerra travada entre 1864 e 1870 que também envolveu a Argentina e o Uruguai. Um episódio trágico pelas vidas que ceifou, pelos rombos financeiros a que submeteu as economias desses países e, sobretudo, pelas feridas que deixou de lado a lado. É necessário cuidado e prudência para que as palavras infelizes do cartola em questão não sirvam como faísca a um imenso barril de pólvora.
Não por acaso que o humorista Hélio de La Peña também cunhou uma retaliação verbal que repercutiu na imprensa. "Eu tenho uma frase melhor para o senhor Alejandro Dominguez. 'Libertadores sem Brasil é como o Paraguai sem uísque falsificado'. Será que ele vai gostar?".
Uma declaração igualmente questionável, pois está imersa em estereótipos.
Mais recentemente, a EBC veio a público em defesa da apresentadora Luciana Barreto, da TV Brasil, que passou a ser hostilizada nas redes sociais após comentar a fala do presidente da Conmebol sobre a participação do Brasil na Libertadores.
O estopim foi o fato de durante o telejornal Repórter Brasil Tarde, a profissional ter reforçado a importância de as confederações e clubes de futebol implementarem políticas antirracistas para combater as práticas de ódio em campo.
Estamos perplexos ante a tantos ataques. O INABRA anseia que a Conmebol tome as devidas providências, a fim de que a instituição demonstre vigorosamente que não respalda ou compactua com o ocorrido. Esperamos o mesmo da Fifa e da CBF, no terreno brasileiro com vigor contra a cultura e as práticas antirracistas.
No 8 de março, INABRA parabeniza atuação de militantes femininas
A celebração do dia internacional da mulher, celebrado em 8 de março, o Instituto Nacional Afro-Brasileiro (INABRA) priorizou por destacar a atuação de ativistas femininas que tiveram ou tem algum contribuição na instituição.
"Essa é uma data de reflexão e atenção para seguir lutando, lembrando que a cada dia carregamos além dos ensinamentos de nossos pais, a coragem para desbravar novos caminhos de valorização e crescimento, demonstrando que o alvo de todas as nações não podem ser bloqueios e mecanismos que filtram pessoas pela cor da pele e origem religiosa", defendeu o presidente do INABRA, engenheiro Ronald Barbosa.
Por meio de um mosaico de fotos de arquivo, o INABRA divulgou em redes sociais imagens de membros do atual quadro da entidade, como a escritora Cristiane Sobral, a servidora pública federal aposentada, Raimilda e a professora, a escritora e advogada Yesenia Escobar Espitia e a professora aposentada da UnB, Maria de Lourdes Teodoro. Todas são dirigentes do quadro atual do instituto
Ronald Barbosa também se recordou e reverenciou a advogada e professora universitária aposentada, Raimunda Luiza de Brito, que é um ícone e uma liderança no ativismo e na sociedade sul-mato-grossense, estado em que reside e fez reputação – mora na capital, Campo Grande.
O Dia Internacional das Mulheres ou Dia Internacional da Mulher tem origens em eventos e reivindicações ocorridas em metrópoles nos EUA (Nova York), e em Copenhagen, na Dinamarca, muitas das vezes associado a luta pelos direitos no mercado de trabalho e pelo acesso ao voto feminino.
Considera-se que a data específica do 8 de março tem mais a ver com um evento na Rússia, ainda na fase imperial, quando em 1917 ocorreu uma grande passeata de mulheres, em protesto contra a carestia, o desemprego e a deterioração geral das condições de vida no país.
Em cerimônia com presença de três ministros de Estados, militantes de causas sociais e gestores públicos, o governo federal anunciou na última quarta-feira (18), a conclusão da elaboração dos instrumentos de gestão de documentos da Biblioteca Nacional. O ato também simbolizou a recriação do Comitê Nacional do Brasil do Programa Memória do Mundo da UNESCO (MoWBR). O presidente do INABRA, Ronald Siqueira Barbosa, foi uma das personalidades que prestigiou o evento.
Raquel Vieira do Jornal DR1 entrevista o Professor, escritor, engenheiro elétrico Ronald Siqueira Barbosa, fundador e presidente do INABRA.
Raquel destaca alguns livros como:
Isso Parece Embromação, mas não é. - Clube dos Autores
" Buscar conhecimento é investir em um futuro melhor, cheio de possibilidades e realizações. A educação é uma jornada contínua que enriquece a vida de maneiras inimagináveis"
A arte de rua, ou arte urbana, é uma forma vibrante e dinâmica de expressão cultural que transforma os espaços públicos em galerias a céu aberto. No Brasil, essa forma de arte é especialmente rica e diversificada, refletindo a complexidade e a vitalidade das cidades brasileiras. Aqui estão alguns aspectos e artistas notáveis da arte de rua no...
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